Mãos de Areia, de Eron Possamai Tavares
por mãos que
caminhem
na ponta dos dedos
pelo capim cidreira
meio (dos) fios dos Teus
Cabelos d'Videira
Relva molhada da Pele
que vai Enrugando
as pontas dos dedos
que não param
- até a Língua Arrepia, sem Freio
à Beira dos precipícios
para Escutar o Eco
que Ecoa lá do Fundo dum
Beijo, mesmo que sem Fim
ainda Assim, há de perder-se
em meio
à mãos de que
os pontos colaterais e
os 4 ventos
incorporem Leituras d'corpo inteiro
e saquem da Lábia
quando Te mordem o lábio d'baixo
e Nos dobrem
Testa com testa, queixo com Queixo
pelas mãos que vão baixando
na Ponta dos dedos
a guarda da Cinta
que Prende o decote da Saia
as Asas das Alças
Nós, amordaçados
no Boca a Boca
amarrados em Braços dados
reféns por Inteiro
um Entrevero
d'Nós mesmos
por mãos
que, juntas
juntem
nos grãos da areia
o Teu sorrir
ou o meu Desespero;
Eron Possamai Tavares tem 26 anos e mora em Jaraguá do Sul, Santa Catarina; tem segundo grau completo, trabalha na indústria geral e ainda não tem nenhum livro publicado. Acompanhe seu trabalho no Instagram e no Facebook.