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Expectativa, de nina lima

Eu não me lembro da sua essência. Na verdade, eu nem a conheci. Mas eu me lembro de quando você me rodeou com seus braços e me rodopiou no ar com um sorriso bobo no rosto. Eu me lembro disso só agora, porque faz pouco tempo que percebi que nada disso era banal ou insignificante. Se eu fechar os olhos e deixar essa neblina confusa de saudade e expectativa tomar conta de mim, penso que você era ideal. Talvez você ainda seja. Eu só queria ter a voz para admitir para o mundo, mas eu continuo te assistindo de longe, em silêncio, apenas na vontade de voltar a te ver. Dói, mas dói menos que a verdade. O que está fora do meu quarto, o que é puramente real... Pode chamar de covardia, mas prefiro esse sabor agridoce que a imaginação tem: o limiar entre o saber e o não saber. Porque essa sou eu quando lembro o que senti e sinto, mas quem eu serei se souber que você sentiu? Que você não sentiu? Que você não sente?



 

nina lima, de 20 e poucos anos, é paulista, com um pezinho no Nordeste, e detentora de uma pequena (grande) queda por histórias de romance cotidiano em que os mais singelos detalhes são os mais agradáveis de ler e escrever.

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