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  • Foto do escritorMargem

5 poemas de Marcos Roberto dos Santos Amaral

Os Bailarinos


Uma confusa sombra espessa envolta

Rodeava, deixando indecisa umbra

Sobre uma casa esquálida e soturna,

Encanecida e mal tratada fora...


Entre as paredes onde amareliças

Continuava enquanto um, e dois dançando...

Uma suave valsa e um ao outro olhando

Transbordavam palavras, ah!... amigas...


Compartilhava o Gozo do Florir

De uma Rosa... e dedicava a si...

E trocavam de Amor juras eternas...


Eram um casal de bailarinos mortos;

Sentiam o toque quente de seus corpos,

Um mundo, desdenhando na janela...



___




Pai


Pura rocha bruta forte

Grande muro inacessível

Mole doce o teu sorriso



–––



grandes paráfrases: dislalias


I


: arvora

velha/já vivida

a aranha rubropavormaculamarronzeava-vavavava a branca parede

leda-dadadada brubrubru-bruxuleação



II


: travessias cavernas tormentas

bandos corpos-posposposposop-aaaaa

silvas monstros e colheitas

danças vislumbres ssssss siiiiiiiii xiiiiiiiii ahhhhhhhhh gggggggggrrrrr

êxtase entusiasmação



III


: paraparaparaparappppppppaaaraarararaparaparalaxias



IV


: caminhos

colossos anunciando

caminhos

curandeiros desentranhando

caminhos

sátiros embaralhando

caminhos

líricos cantando

caminhos

virgens debutando



V


: pintinhos murchos pífio riscoborravam-vamvamam páginas vírgens etéreas/venéreas



VI


: ao lado/asasassssssssssombrados

dos que cascacascacascacascacascacascacascacascacascacasca

vilham sobre o que dizer atra

vess

ados dos des

troços

de tud

o

que

já fora didididididididididididididididididid



–––



ai de mim!


ai! clarão dos tempos que entornam meus tragos curvos-tortos

bolsão de ondas que tragam meus passares retos-batidos


- cornucópia de vozes vasos rastros espaços-engasgos



–––



kalangas! nas vastiduras


nas recéns sempre e ancestrais

quietezas e quieturas

frescas frescas o calango

tropiduridae, teídeos

alto na ponta do muro

arranja o que traz o sol

e vela o que há para ver

e guarda o que tem do dia

rouba a atenção do que a ela

se presta e distrai a dura

casca que nos sedimenta

couraça: mutadeiragem.



 

Marcos Roberto dos Santos Amaral é autor das poesias: Barata; A festa; By Serendipity; Esperançosos (Revista Berro); este reclama um heroi (Revista Desenredos); A rica muanbeira (Revista Literalivre); amo amar (Revista Simbiótica), da coletânea παρένθεσις (Revista Caleidoscópio: literatura e tradução), Hora extrema (Revista Arcádia) e do livro A poesia para: outra poesia, dentre tantas. Organiza o canal de poesias verbovocovisuais e o blog de poesias visuais poesias de marcos roberto dos santos amaral.



 

Imagem: Edward Burra – Dancing Skeletons (1934) (Detail)

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